terça-feira, maio 23, 2006

O BISPO QUE NÃO VERGOU AO PODER!


De joelhos, somente face a Deus,
Nunca vergou perante os ditadores!
D. António foi Bispo cá dos meus...
A Igreja engrandeceu!, os meus louvores!

Sofreu amargo exílio com bravura,
Da Fé foi um estandarte glorioso
Caíu de pé, gigante na procura
De um rumo são, num mar tão proceloso!

Do redil feito ausente, mas presente,
Deixou marca indelével na Cultura!
Foi audaz, magistral, clarividente!

Se espalha e frutifica a semeadura
Portugal usufrui dessa semente
Devemos exaltar sua postura!

rouxinol de Bernardim

domingo, maio 21, 2006

VILA DO CONDE


São tapetes floridos sem ter fim...
Quilómetros de fé, Corpo de Deus!
Vila do Conde tem um frenesim
Contagiando todos, mesmo ateus!

Feira do Artesanato!, cor e vida!
S. João!, a alegria sai à rua...
Rio de gente em festa tão sentida
No mar da "ida às praia" desagua!

Rendilheiras com bilros de ternura
Parecem feiticeiras com magia...
Seu rosto é sortilégio, é formosura!

Sonhos de amor são rendas, iguaria,
Doces conventuais, santa doçura...
Que nos seduz e envolve de alegria!

rouxinol de Bernardim

sexta-feira, maio 19, 2006

HUMBERTO DELGADO: PURA CIDADANIA!



Voavas com audácia sobre o medo
Vislumbravas a paz, democracia...
Nesse horizonte nunca existiria
Repressão, o fascismo ou o degredo...

Coragem reflectia o teu olhar
Desafiante e forte era a postura
Fim, só um: acabar co'a ditadura
Derrubar o tirano Salazar!

Seu exemplo perdura e dá alento
Força aglutinadora e até cimento
Agregador de sã cidadania!

Delgado foi bandeira, monumento!
Bastião de heroismo, rebeldia,
Humanismo tão puro: Poesia!

Rouxinol de Bernardim

quarta-feira, maio 17, 2006

NAU PORTUGAL, RUMO À VITÓRIA!


Ei-los que partem, certos da vitória,
Duas Senhoras, bênçãos lhes vão dar:
A de Fátima, nossa suma glória,
Vai à de Caravaggio ,mãos juntar!

Marte e Vénus também serão chamados!
No Olimpo celeste cuidarão
Destes nautas da bola, tão amados,
Que também a Fortuna dê caução!

Que tragam o caneco!, é o desejo
Desta gente Lusíada, que vejo
Sempre cheia de fé na selecção!

Que a vitória os saúde com seu beijo!
Nau Portugal, com ventos de feição,
Farás Heróis, os Filhos da Nação!

A DÚVIDA METÓDICA...


Deus me deu duas pernas p'ra correr!
Uma foi a Razão, dá p'ra pensar...
A outra foi a Fé, me força a crer!
Me afasta de um perigo: duvidar!

Mas Deus também me deu um coração,
Que, de amores pela Dúvida caíu!
E... não é que o diabo da Razão
A Fé cega também lá seduziu!?

A Dúvida domina o meu talento!
Eu lhe dou asas, força e até sustento...
Erradiquei certezas do meu ser...

Por vezes, ela leva-me a sofrer,
Outras vezes me faz compreender
Como é bom o Deus do firmamento!...

Esposende: Gaivota feliz!




 
 
 
 

O Cávado repousa em teu regaço
Moribundo, no mar entrega a alma...
Doce leito deixou, a vida calma
Vai em paz nessa tumba de sargaço!

Esposende, mocinha preguiçosa,
Qual gaivota feliz, filha da praia,
Sentindo o gosto a mar, até desmaia,
Clímax de amor sem peias, donairosa!

O vento bem reclama liberdade
Não quer prisões, amarras ou tutelas,
Penetra os corações destas donzelas!

Tostando ao sol da praia, na verdade
Fruindo com ternura a mocidade
Tão pura e brilhante como as estrelas!

sexta-feira, maio 12, 2006

Açores: Flores, cores & Sabores... (Cont)


(Continuação)
Em Angra o sol é vermelho
Quando se põe no horizonte
Como é bom beber verdelho
Fumar Don Paco, na ponte...
A Terceira é a primeira,
Azul cobalto do mar
No horizonte charneira
O céu vai logo abraçar!
Angra é relíquia do mundo
À noite espelha no mar
E reflecte bem no fundo
Património secular!
Queijo de S. Jorge é rei
Da boa gastronomia
Com vinho tinto de lei
É um pecado, eu diria...
O Pico, tão sobranceiro
Aguilhão que pica o céu...
Neve branca e nevoeiro
Majestade Deus lhe deu...
Ananás, maracujá,
Hotênsias que são poema
Sem esquecer o verde chá
São dos Açores emblema!
Nemésio e Natália vão
Flutuando neste mar,
Ambos têm no coração
Este povo singular!
Rouxinol de Bernardim

AÇORES: Flores, Cores & Sabores...


Juntos, profano e sagrado
Na Terceira ou Graciosa
Lindo garajau rosado
Divina hortênsia vaidosa!...
Rocha dos Bordões, a lava
Testemunho impressionante
S. Jorge a lança crava
Num dragão horripilante!
Este paraíso em flor
Nas Flores, de um bucolismo
Singular, divino odor,
Genuíno tipicismo!
No Peter's, Café com história,
Maratonistas do mar
Fazem brindes à glória
Bebem p'ra o tempo afogar!...
A gente boa os suporta
Convive e deixa falar
Bem sabendo que é a Horta
Um oásis milenar!
Em Angra, o sol é vermelho
Quando se põe

quinta-feira, maio 11, 2006

CAMILO, UM GIGANTE DAS LETRAS


Á sombra de um bigode refilão
Camilo criticou com virulência
Os excessos fogosos da paixão
E o poder vergastou com inclemência!


"Amor de perdição" foi corolário
De uma obra de génio sem ter par
Notável romancista, missionário
Do verbo fez diamante a lapidar!


Famalicão foi última morada
Ali amou a sua apaixonada
Ali precipitou o fim terreno...


Às Letras devotou vital jornada
Foi um gigante, sendo tão pequeno...
A Glória lhe endossou eterno aceno!

Rouxinol de Bernardim

quarta-feira, maio 10, 2006

FERNANDO PESSOA, O FAROL DO MARTINHO DA ARCADA



No Martinho da Arcada, o teu café
Com bagaço bem forte temperado
Querias ver o povo sempre em pé
E não, ao ditador sempre ajoelhado!


A Pátria enalteceste, com fulgor
Tua heteronimia singular
Foi mensagem plural, foi o motor
De um gigantismo anímico sem par!


Pessoa foi um marco inolvidável
Na história portuguesa, sonho eterno
Um precursor do espírito moderno!


Com seu esoterismo formidável
Deixou bem funda a marca incontestável
Num Portugal à beira do inferno!

Rouxinol de Bernardim

DIVINO EÇA, QUE FALTA FAZES HOJE!


Agarraste a verdade, nua e crua
Puseste o nome aos bois na praça pública!
Como faz falta, hoje, a graça tua
Rindo da hipocrisia na República!


Há reisinhos, reizetes e monarcas
À mercê do sarcasmo popular!
Alguns são governantes, há autarcas
Até Bispos... com lombo a chibatar!


Com a acidez da pena verrinosa
Traçaste um quadro rude, verdadeiro,
Justo!, nada ficou lá no tinteiro!...


Sátira tão perfeita e saborosa
Petisco literário a tua prosa
Mensagem actual, lídimo poveiro!

Rouxinol de Bernardim

A TRAGÉDIA DE DARFUR (SUDÃO)


Crianças!, genocídio mais horrendo
Besta humana matando sem piedade
A fome as suas garras estendendo
Homem lobo do homem!, mortandade!...


Loucura armamentista!, só demência!
Ódios religiosos!, que dislate!
Deus e Alá, vós que sois omnipotência
Dai as mãos, terminai co'o disparate!

Poupai as criancinhas inocentes
Que o ódio não atire mais sementes
Que se acabe de vez com tanto mal!


Que o futuro ilumine aquelas mentes
Que surja a sementeira fraternal
Do amor... e convivência racial!

Rouxinol de Bernardim

A VIDA É UM MAR E UM ROSTO...


A vida é um mar de sonhos sem ter fim
É barco, é rede, faina intemporal
É rota que traçou um querubim
É vento que activou um temporal!


A vida é sucessão de alguns instantes
É fogo permanente que não vejo
Mas sinto as labaredas sufocantes
Dilacerando o peito, vão desejo!


Olhando os sulcos rudes do arado
Vendo as marcas na areia do deserto
Contemplamos o rosto do passado...


Plasmamos do futuro o rosto incerto
Na febril convicção de ter moldado
Um rosto justo, simples e liberto!

Rouxinol de Bernardim

terça-feira, maio 09, 2006

E DEUS CRIOU A MADEIRA...


E m Câmara de Lobos ou Machico
S anta Cruz, na Calheta ou S. Vicente
T anta beleza encerra que até fico
A bismado, de tão magnificente!


I lha querida, flor da natureza
L ugar de sonho e fonte de lazer
H ino ao amor!, és jóia portuguesa
A limento do olhar a não perder!


É s oásis bem terno e sedutor
T ens tudo o que é bom, tudo o que preciso
A té Deus foi contigo benfeitor
O u melhor, fez de ti um paraiso!


B ebes boal, verdelho e sercial
E tuas rendas são pura magia
L ongas e belas noites tem Funchal
A Madeira tem vida noite e dia!


Rouxinol de Bernardim

LUIZ VAZ DE CAMÕES

Vate da gesta lusa, bardo-mor
Tangeste a nossa lira com mestria
Marte e Vénus te deram destemor
Arte, talento e rara fidalguia!


Cesse de Homero a antiga fama e glória
Toquem tombetas, sinos, carrilhões
Mora no céu da nossa história
Um santo da cultura: são Camões!


Me curvo com respeito e devoção
Teu estro me incendeia o coração
A chama patriótica me abrasa!


Te devemos eterna gratidão
Orgulho e até paixão, tudo se casa
Mostrando um Portugal que tudo arrasa!

Rouxinol de Bernardim

BELA DEMOCRACIA

Excelsa criatura, flor de Abril
Aroma liberdade te inebria
Capaz de seduções e sonhos mil
Vejo em ti a paixão-cidadania!


Atenta e vigilante noite e dia
Cuidado!, anda à espreita a ditadura
Não deixes que a velha nostalgia
Saia da toca e faça uma loucura!


Jovem democracia, tem cuidado
Tem orgulho e sê digna do passado
Mostra a raça de Abril que tens no olhar!


Sê digna do futuro desejado
Bela democracia, por te amar
Muita gente morreu! Há que lembrar!

Rouxinol de Bernardim

segunda-feira, maio 08, 2006

Cadinho de sentimentos




A Mãe é melodia divinal
Ancoradouro certo, cais seguro
Lírio do campo, intemporal
Neste jardim repleto de amor puro!


Oh!, sublime cadinho de sentimentos
Diadema de jóias sempre eternas
Abrir caminhos, peço que me ajudes,
Quero abrir vias mais modernas!


Na senda do progresso e da justiça
De porte erecto e olho sempre vivo
Tendo a meta: o sucesso colectivo!


Odeio ter em mim a "vã cobiça",
"Vã glória de mandar", ideia fixa...
Estrada da Verdade, é o que persigo!

ROUXINOL DE BERNARDIM

domingo, maio 07, 2006

AMOR DE MÃE


A mor de Mãe é puro e imaculado
M onumento à paixão e à ternura
O de perfeita e amor acrisolado
R idente primavera, só candura!


D evotado carinho sem ter fim...
E moção maternal é fogo intenso!
M agia intemporal, flor de alecrim
A mor de Mãe, eu sinto que é imenso!...


E nquanto tiver Mãe, feliz serei
T enho o sol, essa estrela que me guia
A apontar o caminho certo, eu sei
O caminho do bem, de Deus, diria...


P or isso à minha Mãe eu desejo
U ma vida bem longa, com Amor
R eceba deste filho um terno beijo
O bolo que lhe dou é meu penhor!

ROUXIBOL DE BERNARDIM

sábado, maio 06, 2006

LIBERDADE



Ela é sonho, ela é magia
filha da imaginação
e do reino da alquimia
ela é sal, é maresia
ela é Pessoa e Camões
ela é Eça ou Aquilino
é a vida em borbotões
é epopeia, é um hino
é fermento e é semente
é fruto e também raiz
é audaz e irreverente
é pincel, pode ser giz
pode ser o que eu quiser
pois ser livre é não ficar
prisioneiro de um qualquer
jugo, ou sombra tutelar
é poder sempre dizer
com vigor e convicção
lá no íntimo do ser
onde mora o coração
que sonhar é respirar
o ar puro e oxigenado
é poder esvoaçar
mesmo estando acorrentado!
Rouxinol de Bernardim

ESTA DITOSA MÃE QUE É PORTUGAL

Minha Pátria, é também Mãe, afinal,
Também somos seus filhos, seus herdeiros
É bem nobre esta Mãe que é Portugal
Mãe de santos, poetas e guerreiros!


Devemos-lhe respeito e devoção
E até uma paixão bem filial
No mundo inteiro pulsa um coração
Ao ouvir a palavra Portugal!


Esta mãe extremosa e vigilante
Cuida e presta atenção ao emigrante
Que pode estar ausente, mas presente


No coração de Mãe, a todo o instante
E o coração de Mãe nunca nos mente
Pois é vero, altruista e confidente!

Rouxinol de Bernardim

A ALMA DA PÁTRIA

A ditosa Pátria lusa
Vai perdendo identidade
Muita gente anda confusa
Quer saber toda a verdade!
Europeus podemos ser
Mas com matriz cultural
Jamais podemos esquecer
O querido Portugal!
Camões, bardo intemporal
Descansa em paz, podes crer,
Que o nome de Portugal
Jamais irá perecer!
Pelo mundo repartida
Anda a alma lusitana
Gente de fé e de vida
De coragem espartana!
Rouxinol de Bernardim

A ÁRVORE E OS FRUTOS!


O olhar de uma criança
Espelho de água bem pura
Projecta a imagem da esperança
Nesta humana criatura!
No horizonte, o futuro,
A semente à mão de Deus,
Bálsamo que procuro
P'ra adoçar os olhos meus!
A vida é um mar de projectos
Comunhão de gerações
Os nossos filhos e netos
São sementes de ilusões!
O futuro bate à porta
Entra com todo o vigor
Mas o que mais nos importa
É que haja Paz e Amor!
Rouxinol de Bernardim
06.05.07

MÃE, FONTE DE VIDA


Esta vida, este poema
Que me ensinaste a escrever
Só terá valido a pena
Se te souber merecer!

No teu regaço aprendi
A palavra humildade
Por isso sempre fugi
À ostentação da vaidade!

No teu olhar há bonança
E brilha a força da fé
Cais onde se esconde a esperança
Ao abrigo da maré.

O sentimento mais nobre
Que de ti por certo herdei
Foi tratar o rico e o pobre
Como a ti sempre tratei.

Rouxinol de Bernardim
06.05.07

quinta-feira, maio 04, 2006

Amor de Perdição


Cá na ilha da Madeira
Há um romance de amor
Entre a justiça brejeira
E o poder, seu protector!

Andam sempre de mãos dadas
Num idílio tão perfeito
Ele, tem charme às carradas
Que ela nem lhe vê defeito!

Mal entra no tribunal,
Água benta e presunção,
Ela sorri, serviçal
Manda embora a Isenção!

O poder arrasta a asa
E tem argumentos tais
Que ela fica logo em brasa
Queimando assim os rivais!

Ela tem ferocidade
E até morde, podem crer...
Vai até à heroicidade
Se alguém ataca o poder!

A Isenção bem condena
Este amor de perdição
O cifrão também ordena
Estreitando a relação!

Este namorico vai
Acabar em rompimento
Se algum dia o poder cai
Finda o amor, no momento!

06.05.03
Rouxinol de Bernardim