terça-feira, dezembro 25, 2007

CAXINAS...


A igreja-barco é também um ícone caxineiro.
O Senhor dos Navegantes, protector das gentes do mar...
Caxinas, terra mártir, terra mãe, dolente,
Viúva tão chorosa, deste mar refém,
Que, por vezes, traz morte, não é bom, clemente,
Mar raivoso, mar cão, mar sem perdão, também.
E quando a madrugada veste negro breu,
Quando o coração sangra, só angústia e dor
Todos sentem o luto como sendo seu,
Caxinas é também um coração, clamor.
Colmeia piscatória solidária e unida
Enfrentando sem medo temporais, a morte,
Nas horas de amargura, ganha fé na vida
Não cai no desespero, nunca perde o norte.
Epopeia salgada, a deste povo heróico,
Sangue, suor e lágrimas enchendo o mar
Páginas e mais páginas de esforço estóico
Na memória futura lá irão ficar.
Um farol de heroismo se levanta aqui,
Bastião de coragem sem limites, fé.
Imagem talismã de um povo crente em si
Que se orgulha de ser sempre o que foi, e é.
A modéstia no porte e no falar traduz
O perfil do carácter, condição moral,
O caxineiro sofre, mas transporta a cruz
Com dignidade altiva, robustez mental!

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