quarta-feira, maio 28, 2008

A «fúria» privatizadora!...


O mundo está nas mãos de uma plutocracia que comanda as alavancas económicas e financeiras a seu bel-prazer...
Há quem pense que a privatização até aos limites é a panaceia redentora capaz de curar todos os males. Vêm agora uns ingénuos propor a privatização da CGD. Pura estultícia. O que está mal no Estado é certa irracionalidade económico-empresarial que precisa de correcção. A dicotomia Estado versus privado quando se enfatiza a «maldade» no primeiro segmento e a «bondade» no segundo é de uma hipocrisia aberrante.
Privatizar sectores estratégicos é errado. Ainda agora o caso-Galp vem trazer à colação esta problemática. Se a Galp estivesse nas mãos do Estado a actual conjuntura seria mais facilmente superável, podendo o Estado amortecer o choque petrolífero com mais prudência. Assim, pouco se pode fazer. Se a Galp estivesse nacionalizada poderia haver uma margem de manobra muito maior do que aquela que existe.
O privatizar só por privatizar dá um certo encaixe, num dado momento, mas retira ao Estado a capacidade de obter instrumentos de controlo e de intervenção que poderão ser importantes em determinadas conjunturas.
A «fúria» privatizadora é boa para os que querem abocanhar fatias do Estado a preços irrisórios, como se fez no tempo de Cavaco Silva (nalguns casos de forma bem gritante).
A privatização excessiva da saúde vai doer a muita gente que começa a ser fustigada pelos ventos da crise. Depois, virá a caridadezinha diluír os efeitos do «pecado original». Há que ter cautelas pois a teoria de que as privatizações são sempre «boas» já tem os dias contados...

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