domingo, agosto 31, 2008

Adivinhe quem é o entrevistado...

Ele é o português típico: desenrascado, fluente no linguajar, expedito na acção, corpo escorreito, ar de quem nunca se atrapalha por maior que seja a tempestade. Enfim, um marinheiro capaz de enfrentar todos os mares, todos os ventos, todas as marés...

__Sente-se realizado?
__É claro que sim, poderia ter optado por outro rumo mas dentro das diversas alternativas esta foi a menos má..
__Faria alguma coisa de novo se pudesse voltar ao passado?
__É óbvio que sim. Não sou como aqueles que dizem ter um percurso imaculado, sempre trilharam o caminho da perfeição, uns santinhos. Admito alguns erros, algumas incoerências até, mas tendo como desiderato último a defesa intransigente de um projecto coerente e de sistemática defesa dos valores em que acredito..
__Acha que a mentira é uma arma poderosa?
___Toda a gente mente. Alguns por sistema, outros, por necessidade, outros, a mentira piedosa, por caridade até. Quando se diz àquela senhora muito feia e cheia de rugas, que tem um aspecto muto atraente, é este tipo de mentira que funciona...
__A mentira política aborrece-o?
_Se forem os outros a mentir para mim, claro que sim. Se for eu, terei que analisar os pressupostos dessa adulteração da verdade para me interrogar. Às vezes a mentira por omissão é necessária. Outras, a mentira por hipérbole, também faz falta... o tema é aliciante, dou-lhe até os parabéns, meu caro Rouxinol, pela frase que tem a encimar o seu blogue, também concordo com as diversas facetas da verdade... em função dos contextos e das conjunturas...
__Que acha do governo actual?
__Dir-lhe-ei apenas a verdade. Herdou uma situação difícil mas recuperou o equilíbrio orçamental. Talvez por não ter dados suficientes prometeu coisas que não pôde cumprir, talvez por entender que isso era o melhor para o país. Faltou a certas promessas para ter que cumprir outras, mais importantes na hierarquia. Ou seja, para cumprir o equilíbrio orçamental (meta elencada em primeiro lugar) teve que subir impostos, criar situações de contenção de despesismo que redundou em despedimentos, em suma, para ser eficaz e pragmático teve que ser impopular...
__Que acha da oposição actual?
__No PSD direi que há uma certa autofagia degenerescente que vai levar à ruptura iminente. Veja: Jardim com ultimatos permanentes à líder, Menezes com bombásticas declarações a por-se em bicos de pés, Ângelo Correia a bombardear de forma quase iconoclasta toda e qualquer liderança que apareça. Está em putrefacção acelerada. O PCP não sobe nas sondagens apesar dos ruídos, das ameaças constantes ao governo, das grandiosas manifestações. O Bloco de Esquerda aparece com certas propostas benignas mas usa uma linguagem tão crispada que tem efeitos perniciosos no eleitorado. O CDS tem gente válida e capaz mas tem tantos rabos de palha e tantos telhados de vidro que nem sei que lhe diga...

__Que acha que vai acontecer nas próximas eleições?
__O PS vai ter outra maioria, não sei se absoluta se relativa, mas não me enganaria muito se conseguisse ainda vitória mais folgada que a anterior. Mais por demérito dos adversários do que por mérito próprio há que o reconhecer em abono da verdade...
__O senhor é optimista ou pessimista?
__Apenas um realista q.b.. Sou muito terra-a-terra. Gosto de relativizar os dramatismos.
__Que vai dizer na próxima campanha eleitoral para as legislativas?
__ Comigo os portugueses podem confiar. Conseguimos controlar o défice, conseguimos equilibrar as contas públicas, criamos os postos de trabalho prometidos, gerámos uma dinâmica socioeconómica capaz de lançar o país numa etapa de prosperidade nunca obtida nos anteriores governos. Connosco podem confiar. Acompanhámos o futuro tendo atenção ao presente e respeitando o passado. Enfim, somos e seremos os garantes da estabilidade , do progresso, da justiça social, da educação para todos, da segurança e do bem estar social...

__Vejo que é bom em tudo, menos em modéstia...
__Vou dizer a verdade, de facto nunca tive essa cadeira no meu curso de engenheiro sanitário...

Análise ao Benfica x Porto em futebol


O primeiro «clássico» da Liga saldou-se por um mau espectáculo de futebol. O empate aceita-se muito embora fosse notória a falta de coragem do técnico do F.C. do Porto que preferiu o empate (estilo mais vale pássaro na mão...) e nada fez para ganhar um jogo que ficou completamente desequilibrado quando o grego Katsouranis foi expulso. Com dois jogadores em notórias dificuldades, o Benfica pode considerar-se feliz com o empate.
Há que reconhecer que o penalty foi um pouco forçado, houve toque sobre Lucho mas não motivo para aquela queda aparatosa. Tem-se visto coisas bem piores sem serem sancionadas.
O treinador do Benfica tem no plantel um central caríssimo e continua a pô-lo no banco será que não confia nele? Por que o contratou?
Pablo Aimar é um fiasco completo. Era bem melhor Nuno Assis com a sua garra, a sua entrega e uma precisão no passe mais evidente. Carlos Martins sobra-lhe em voluntarismo o que lhe falta em lucidez: daí os «passes» ao guarda-redes adversário e ingenuidades flagrantes...
No Porto há que salientar o pouco trabalho de Helton talvez consequência da eficácia da cortina defensiva onde os centrais brilharam no futebol aéreo sobretudo. Fernando justificou a aposta e sem brilhar foi eficaz.
Quim do Benfica foi muito assediado e sempre que foi chamado cumpriu com mérito. No lance duvidoso de Lisandro sobre o risco é crível que a bola não tenha entrado, parece óbvio também que tocou a bola com o peito.
O espectáculo não foi brilhante. O público (nomeadamente aquele diabrete estúpido e insensato...) comprometeu o Benfica com a sua indisciplina.
Melhores dias hão-de vir. Mas era de exigir mais a «gladiadores» tão bem pagos e tão afamados...

Ficção e realidade... tão próximas...

Fomos encontrá-la em Alter do Chão. Contemplava uns cavalos belíssimos em casa do Mendo, esse mesmo, o «cenoura». Não, não se mostrava nada agastada com as declarações sobre o seu alegado silêncio.

__O que acha desses comentários?!
__Olha Rouxinol, há certas vozes que por mais decibéis que vão bolçando, jamais chegarão ao céu...
__Mas aquela metáfora automobilística é acintosa!
__Vinda de quem vem não fere, nem sequer os tímpanos. É um «napoleaozinho» que tem tiques totalitários e megalómanos de quando em vez.
__Mas vai moendo, embora não mate...
__Se o riso matasse ele já teria sucumbido pelo efeito de bomerangue. Já no tempo do Mike Mike ele se servia da artilharia mediática (que tem a seus pés não duvido, se calhar bem amestrada...) para se autoincensar, de forma pavoneante. É só peneiras, de um peneira sem rede...Lembra-se daquela triste tirada: «se perdermos Lisboa a culpa é do Mike Mike!», aquilo foi de uma deselegância, de um desejo antecipado de derrota (estilo quanto pior, melhor para mim...) que define o carácter e até o grau de disciplina partidária da criaturinha. Está sempre a desejar o pior cenário para tirar dividendos, colher frutos da sementeira odiosa que vai urdindo...
__Mas ele é perigoso para a sua liderança?!
__Já caíu no descrédito. É um líder paroquial que imagina o país uma aldeola em que ele é o sino. De facto tem um impacto de campanário!...
É um subproduto de um certo futebolismo doentio que já todos vimos bem escalpelizado por quem de direito. Mas a procissão do descrédito ainda vai no adro. Ele que se cuide...
__Há quem diga que ele anseia vir a ser presidente da República?
__Eu sei disso. Tem mais olhos que barriga. Será sempre uma marioneta, uma funda nas mãos de certo David que bem conhecemos por causas pouco dignificantes...


E lá continuou a observar os lindos cavalos que relinchavam felizes. Esse relinchar não será uma forma de retribuír os zurros do «napoleaozinho»? Só Deus sabe...

Eu sim, é que sou importante!!!

Quanto mais ouço certos políticos cheios de empáfia e de pesporrência mais admiro Jesus Cristo... Esse nunca chegaria a presidente de câmara em lado nenhum!


Não olhem pra mim como se tivesse o rei na barriga!

Fernando Pessoa, esse pobre diabo, nunca chegaria a presidente de câmara em lado nenhum!

Tenho tanto sentimento
que é frequente persuadir-me de que sou sentimental
mas reconheço, ao medir-me
que tudo isso é pensamento
que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
uma vida que é vivida
e outra vida que é pensada
e a própria vida que temos
é essa que é dividida
entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira e qual a errada,
ninguém nos saberá explicar;
E vivemos de maneira que a vida que a gente tem
e a vida que tem que pensar...
Fernando Pessoa

sábado, agosto 30, 2008

Parábola do Ferrari e do Fiat 600




Ferrari_ Eu sim, sou o orgulho da Nação. Tu não passas de um pé rapado, um meia-leca.
FIAT 600 __ Tu és um megalómano, um vaidoso, um gastador inveterado. Mas gastas o que é teu e o que que é da grande maioria do povo, por isso o teu regabofe tem um reflexo: as derrapagens pronunciadas, os défices galopantes...
Ferrari _ Eu dou nas vistas, sou muito vistoso, todos param para me apreciar. Tu... és um zé ninguém. Ninguém te liga quando passas...
FIAT 600 __ Sabes ó seu «napoleão de hospício», eu sou a base desta pirâmide chamada povo, um povo sacrificado que gasta pouco, tem o consumo mínimo, sofre privações e precariedades para que tu e uma minoria como tu esbanjem à tripa forra, sejam a causa-mor do despesismo. Tu és a «elite», a «cupulite» a «baronite», enfim para ser franco, a «merdite» que vai destruindo Portugal!
Ferrari __ Eu sou ouvido, faço ruído, tu és o silêncio mais triste...
FIAT 600 __ Achas o ruído uma virtude? A poluição sonora no mais elevado expoente é o que és, seu palerma vaidoso e tonitroante! És um imbecil convencido que por arrotares postas de pescada já intimidas os economicamente débeis, os que cultivam a modéstia como imagem de marca. Tu és o bólide, o espantalho das estradas, tens a mania que por fazeres muito barulho é que mandas, mas fartas-te de levar na cornadura e encostas logo às boxes... Tens o desprezo da grande maioria dos utentes das estradas, não julgues que é inveja, isso é o que tu dizes, mas tu és como aquele de quem dizia um grande escritor: «quantos pobres (Fiats 600) será preciso criar para fazer nascer um ricaço (Ferrari)»? Sim, tu tens o efeito eucalipto, tu chupas tudo o que está à tua volta para poderes sobressaír, tu és a causa da miséria que por aí pulula, tu és um predador social, um delapidador do erário publico, um despesista inveterado. Tem vergonha na cara e fica na garagem quietinho pois o teu ruído é nojento, poluidor, a tua prosápia é de uma pobreza de espírito confrangedora. Tem tento na língua seu caga-milhões de pacotilha!

Lisboa gaivota bela!


Lisboa gaivota bela
Que não pára de voar
Polícroma caravela
Que o Tejo teima em guardar...
Bela gaivota alfacinha
Ama o sol, toda ternura,
Nada no Tejo... nuzinha...
Amor sadio procura.
Lisboa, gaivota nua,
Se ofertando ao vento forte
Nas asas do amor flutua
Ao sabor do vento sorte...
O prazer da liberdade
Ela aspira com paixão
Gaivota feita cidade
Lisboa meu coração!
Gaivota que és Ary
Carlos do Carmo ou Mariza
Amália cantou pra ti,
És Fado que se eterniza.

Eleitores, acautelem-se!...



Segundo estudos hoje amplamente divulgados pela comunicação social os homens com mais capacidade de sedução junto das mulheres são os que denotam mais falta de carácter, manifestam inconstância afectiva, volubilidade, propensão à mentira.

Isto já eu desconfiava, há muito, embora sem ter feito estudos científicos. Mas, baseado num empirismo muito salutar, após ter meditado profundamente nalguns jantares «só com mulheres» de alguns candidatos, achei que isso era uma forma de tapar ou esconder fragilidades de carácter. Os políticos que sobressaem à custa de campanhas de intoxicação permanente nos media cor-de-rosa, exibindo flirts sucessivos, não passam de cafajestes que procuram suprir carências afectivas com essa ostentação exibicionista.

Pessoalmente não tenho sucesso junto das mulheres (e nada faço para o conseguir...) e sempre desconfiei dessas ostentações. Alguns que aparecem constantemente atrelados a fêmeas também elas ostentando uma espécie de «cio permanente», em certa comunicação social especializada, não passam de exibicionistas, de galãs de meia-tigela, de D. Juans de opereta, incapazes de uma relação sustentável e credível.

Não estou a ver a Dra Ferreira Leite (que me parece muito superior a Santana Lopes e Menezes, v.g.) a precisar de fazer jantares com homens, para mostrar que tem capacidade para liderar um partido ou um governo.

Só os pobres de espírito é que dão o aval à seriedade de um político por causa do tom da pele, do olhar mais ou menos atraente, do modus vivendi mais ou menos hedonista...

Dizem também que «benditos sejam os pobres de espírito pois é deles o reino dos céus...», ora, por causa disso, por causa deste subliminar apelo à incultura e ao pauperismo intelectual é que também não confio muito no chamado «reino dos céus», pelo menos segundo as lógicas beatas de alguns...

Sei bem que «o meu reino não é deste mundo», sei bem que num mundo onde impera a falsidade e a corrupção quem for sério está irremediavelmente condenado ao insucesso. Mas, resta-me apenas a minha consciência, o meu orgulho, a minha independência cívica e anímica.

Num céu povoado de abutres e de aves de rapina cada vez mais o rouxinol está acima desse
patamar, acima do ágape de predadores sem escrúpulos, esperando que o sol seja para todos e não somente para essa escumalha vampiresca.

sexta-feira, agosto 29, 2008

A SAGA DA EMIGRAÇÃO

A Família Giesteira, aqui no alto de Laundos, esculpida no bronze, personifica toda a comunidade lusíada pelo mundo inteiro repartida...
O verão está a terminar para os emigrantes, sobretudo aqueles que só gozam o mês de Agosto na terra natal. Um mar de saudade alaga o olhar, aquele aperto no coração ao dizer adeus, quantos nem sabendo se será a última vez que o farão, é o espelho fiel de uma realidade dura, sofrida, tipicamente lusitana.
Quantos nem sonham que poderá estar iminente o adeus à vida nalguma estrada traiçoeira, nalgum avião amaldiçoado pelo destino, nalguma doença fatal que se vai aproximando como ladrão sem alma. Quantos podem saír do torrão natal pela última vez e só regressar para a marcha lacrimejante da última morada terrena, dando o último adeus à natureza, aos amigos, ao quotidiano fervilhante que nos inebria e faz sonhar.
É bem dura e penosa a vida de quase todos os emigrantes. O ter que enfrentar situações hostis, climas agrestes, idiomas complicados, burocracias que são autênticos calvários, só por si já é doloroso, quanto mais a ausência dos familiares, a nostalgia da terra amada, são factores agravantes desta tristeza que só acaba com o regresso definitivo.
O país nem sempre reconhece os seus emigrantes. Nem todos sabem dar valor aos sacrifícios desta gente que é digna de uma epopeia camoneana. Estes escrevem os «Lusíadas» da era moderna com o seu suor, as suas ansiedades, os seus sonhos, as suas tragédias. Mas eles também «se vão da lei da morte libertando» como diria o Épico, pois a sua memória será enaltecida pela comunidade. Um país é uma memória colectiva que presta permanente homenagem aos que já cumpriram a sua etapa e vão passando o testemunho aos filhos e netos na suposição de que estes saberão honrar dignamente os que começaram a dura maratona...
O podium para todos os emigrantes: ricos ou pobres, velhos ou novos, homens ou mulheres, todos merecem que a bandeira nacional suba ao mastro, que o hino por eles toque, que todos nos curvemos perante o seu trabalho, o seu suor, o seu permanente desempenho de funções de autênticos embaixadores espirituais da pátria. Honra a todos eles!

quarta-feira, agosto 27, 2008

Humenagem ao Padre Ângelo

Hoje em dia alguns padres salientam-se por fidelidades aos regimes políticos, pondo em xeque o seu dever de reserva, a sua discrição, a sua isenção. Alguns, pela sua subserviência aos caciques locais, ostensiva e despudorada, atingem o limiar do lambebotismo...

O Padre Ângelo de Av-ver-o-mar era diferente. Agora, ao ler estas sábias palavras do Professor Dimas Maio no seu blogue Mar de Maio, não posso deixar de respeitosamente me curvar à personalidade e à integridade de carácter de um pároco que soube sê-lo em plenitude cívica e moral. Paz à sua alma.

Ensaio sobre a Infalibilidade!...




Toninho, em verdade te digo
Em nome da nossa amizade
Esta mulher é o teu castigo
Diz-mo a Infalibilidade...


Cuidado com as confidências
Pois, do que eu ela sabe mais...
Contra todas as evidências
Teus segredos serão punhais...


Cuidado com a passarinha
É manhosa como a Rola
Queres fazer uma apostinha?
Só te quer ver ... é na gaiola!...


O que te digo é um segredo
És homólogo, reconheço...
Dar um peido... é de ter medo!
Pode usá-lo... como arremesso!


Sou Infalível, podes crer,
Saramago tem sucessor...
Esta mulher, Nobel vai ser,
Digo-to eu, da Igreja o pastor!


E tu, padre Jorge, eu sei bem,
Não tens culpas no cartório;
Não me tragas cá mais ninguém
Antes de fazer... o casório!

Nota final: O termo «Toninho» causou certa perplexidade pois não encaixava no puzzle. Um jornalista interrogou a sacra criatura e obteve esta resposta:

__Enganei-me! sou humano e errare humanum est! Ainda não atingi o patamar de infalibilidade do vosso Cavaco Silva! Esse sim, é mesmo infalível, nunca se engana!

terça-feira, agosto 26, 2008

CONFIDENCIAL!

Consta que a Rússia anda a oferecer passaportes a cidadãos algarvios e já cresce um movimento separatista tendente à criação da República Algarvia. Na sequência do precedente criado com a independência do Kosovo e na esteira do que está ainda latente na Ossétia do Sul e na Abkházia (formalmente ainda integrantes da Geórgia) está criado um movimento imparável que visa a independência total daquela região do globo com fortes tradições autonomistas. Já no tempo da monarquia se falava em Reino de Portugal e dos Algarves, o que, era bem o espelho de uma realidade dicotómica, com uma idiossincrasia própria e até com uma configuração geográfica muito sui generis...

Nesta conformidade, e aproveitando o generalizado descontentamento dos indígenas (a quem ainda nem sequer foi dado o direito a ser considerada uma Região) há já um movimento de «homens bons» que visam, em última instância, a Independência total do território. Já enviaram ao Papa um emissário (portador de algumas onças de ouro para emolumentos...) com o objectivo de este não inviabilizar o projecto. A Duma também já recebeu ou estará prestes a receber um apelo emanado daquela zona do globo, onde é pedida uma ajuda para a Independência da área.

Consta que Alberto João Jardim, prevendo essa eventualidade, e dando vazão a uma pulsão independentista que traz dentro de si, muito embora muito bem dissimulada por um discurso abstracto, está já a elaborar um plano bem urdido, tendente ao aproveitamento das potencialidades futuras daquela área madeirense, estando apenas a meditar se será uma República ou Monarquia a configuração do regime; que é das Bananas, isso é consensual, fazendo eco dos anseios dos produtores de banana que verão com bons olhos tal cenário, admitindo-se a hipótese de na própria bandeira figurar em lugar de destaque este fruto tão emblemático...

Quanto aos Açores, dada a inacção do actual presidente do governo regional, consta que João Bosco Mota Amaral, sempre por dentro do que é confidencial, está a pedir autorização à Opus Dei para encetar negociações com o Vaticano no sentido de o apelo independentista ser dirigido àquele Estado e não à Rússia com pretendem fazer os algarvios...

Os Açores (na versão ainda ultra-confidencial do Dr Mota Amaral) pretendem mudar de nome e passarão a usar a designação de República do Senhor Santo Cristo dos Milagres, uma forma de fomentar o turismo religioso, um ex-libris daquele região do globo.

Enfim, com as devidas reservas, solicita-se confidencialidade aos eventuais leitores deste espaço, muito embora este cenário já tivesse sido previsto há muitos anos por Nostradamus (e pelo nosso Bandarra... muito embora de uma forma assaz abstracta); acredita-se que o futuro nos reservará muitas surpresas neste domínio. Consta que existe um Quarto Segredo de Fátima (guardado a sete chaves nos cofres do Vaticano) e que só não foi divulgado por motivos estratégicos, aguardando o eclodir deste cenário para vir então a lume.

Para tranquilidade geral afirma-se desde já que os países emergentes deste pequeno sismo aderirão aos PALOP e continuarão a falar a língua portuguesa muito embora o inglês seja o idioma dominante.

Consta que o PR irá falar ao País, mas só depois de tudo consumado. Até lá, invoca o dever de reserva... para não causar alarmismos na opinião pública!

Nota ultra-confidencial: As Berlengas estão a ser negociadas entre Joe Berardo e Jardim Gonçalves, devendo aguardar-se um referendo no território, para dirimir o conflito de interesses. Querem implantar um banco nessa área a fim de atraírem capitais flutuantes a este promissor paraíso fiscal! Ambos são unânimes num ponto: não aceitarão de maneira nenhuma a tutela do Tribunal Penal Internacional sobre o território.

Oftalmologista cruel!...


Ecos respeitáveis...

Às vezes este blogue é citado na blogosfera. Em tempos foi Zé povinho que citou e até criou uma gravura alusiva ao meu post: «Será que a banca tem ponto G?»

Depois foi o Mar de Maio a fazer a fineza de enaltecer um post cujo título era «Marinho Pinto, um general sem medo».

Agora foi a vez do Comandante Manuel C. D. Figueiredo, no seu sempre lúcido e clarividente sextante poveiro, sublinhar o meu post «A Madeira à conquista do contenete».

A todos sem excepção (e àqueles que por qualquer motivo omiti, sei que já mais vezes alguns poemas foram citados em vários blogues, mas só muito a posteriori tive esse conhecimento...) agradeço. Espero continuar na mesma senda, sem enveredar por partidarites ou clubites, mas pondo o dedo em certas feridas que são comuns a todo o território nacional, muito embora atinjam patamares mais deselegantes (para não dizer patológicos) em certos locais e através de certas personagens.

«Berlusconi em cuecas»...


Eu sou assim
Cresci assim
Sou o Jardim...

Olá, sou Jardim

combatente anti-Lisboa

nu e cru, eu sou assim

o líder da «máfia boa»...

Os padres trago à trela

eu encho-lhes a algibeira

são parceiros na piela

no bailinho da Madeira...

Magistrados também são

dos que vão comigo à bola

não são parcos na ração

alunos da mesma escola...

Jornalistas lambebotas

tenho alguns de estimação

são as famintas gaivotas

que me vão comer à mão.

Berlusconi da Madeira

o meu fado é governar

neste reino de cegueira

zarolho sempre a reinar...

Vou montando o zé povinho

enquanto ele o permitir

padres levam-me ao colinho

ao «soba» sempre a servir...

Servilismo é o que há mais

na Madeira do Truão

como bandos de pardais

sempre à espera do meu grão...

Eu sou assim

cresci assim

sou o Jardim...

Olá, sou eu, sou Jardim

combatente anti-Lisboa

nu e cru, eu sou assim

o líder da «máfia boa»...



Nota do autor: Jardim é um homem esperto, inteligente e arguto, que aproveita o contexto sociocultural em que está inserido. Pessoas incultas, timoratas, tementes aos ayatolás sem escrupulos, que a troco de trinta dinheiros (cinco milhões de euros...) vendem a sua independência, a sua integridade, a sua neutralidade, ao poder reinante, são as vítimas inocentes deste rei-midas à custa dos dinheiros públicos. Mas há muitos jardins por este país fora: em todos os partidos...
Onde grassa a incultura, o servilismo, o medo da retaliação... Porque há sobas vingativos, repressores, capazes de tirar a pele aos adversários... em muito lado. Às vezes tão próximo de nós...

domingo, agosto 24, 2008

A Madeira à conquista do contenente!


«Meu filho, quando fores grande não te deixes montar por este animal feroz! Ele não dignifica a classe dos proboscídeos! que continue a montar os humanos e nos deixe em paz!»


Telefonei para a Quinta da Vigia, à procura de emprego. Procurei chegar à fala com o Dr Jardim mas foi quase impossível. Usei um estratagema. Disse que era um representante do PSF (Partido Social Federalista) e queria ofertar uma sede para o partido. Remédio santo.
__Então meu caro, o senhor está disponível para apoiar o PSF?!
_-Totalmente! De corpo e alma. Não só arranjo uma sede condigna como me prontifico a ser mandatário.
__A coisa está a ficar preta, meu caro__ respondeu o caudilho madeirense com um certo desencanto. __Andam para aí a dizer mal de mim, que eu chamo cubanos aos continentais, que ninguém gosta de mim, enfim aquelas balelas que a gente conhece, os invejosos do costume...
__Mas invejosos haverá sempre__ retruquei eu para acalmar o homem do leme.__Quanto maior é a árvore, maior a sombra que produz. V. Excelência é uma araucária de grande porte, uma árvore frondosa na área cultural, política, intelectual. Vê-se em todo o universo!...
__Sim, meu caro amigo, agradeço os seus elogios. Mas tenho que reconhecer que há alguém apostado em desacreditar-me...
__Mas quem?!
_-Olhe, um tal Rouxinol de Bernardim, um palermóide qualquer lá do norte do contenente, tem -me feito a vida negra...
__É a tal «sombra» de que falou à pouco. As sombras existem sempre, são o reflexo das árvores, quanto maior é a copa...
_O tipo é levado da breca, tenho que reconhecer que às vezes ele até tem razão. Eu quando estou sóbrio leio aquilo que ele escreve e também sorrio. Tem piada a gente ver as cenas que faz quando está eufórico, com a poncha a dilatar o ego até aos limites do caricato...
__Não desmoralize. Avance com o PSF e tudo passará. Será o maior partido nacional e o senhor o maior líder.
__Já desisti. Os meus conselheiros fizeram uma sondagem lá no contenente e nem lhe digo... estou pior que o chapéu de um pobre...
__Tenho uma ideia. Por que não um nome diferente, mais apelativo, misturando a ecologia com uma carga anti-sistema.
__Não é mau de todo, não senhor. Ecologia está na moda, ser contra o «Sistema» é coisa que tem sempre um efeito positivo. Ninguém sabe o que é o «sistema» e pensa que ser anti-sistema é ser regenerador, purificador, corrector de assimetrias, enfim, uma panaceia univerasal capaz de curar todos os males...
_Vamos a isso meu caro?!
__Nessa alinho. Você será o mentor, o padrinho do novo partido. Que nome sugere? Uma coisa apelativa, que dê para crescer muito, aumentar rapidamente... que capte a atenção das senhoras, que seja abrangente e interclassista...
Meditei um pouco a tirei-lhe com esta:
__Que tal este nome: Partido Ecologista Não Inserido no Sistema»!(1)
__Excelente. Vou agarrá-lo com ambas as mãos! é capaz de crescer, crescer até... à explosão eleitoral!...
(1) Partido Ecologista Não Inserido no Sistema (P.E.N.I.S.)
Nota final: Isto é ficção pura. Nada tem a ver com a realidade palpável.

sábado, agosto 23, 2008

Populismo: doença senil da democracia!

«Eu faço ruído, logo existo!»

Pensamentos do René Descartes de Gaia...

Manipular o povo sempre foi obra-prima dos jongleurs da política. Maquiavel foi um dos primeiros mentores desta arte. Seguidores há muitos. Alguns mais hábeis que outros. Mas sempre um denominador comum: pôr a emoção acima da razão para que ao olhar para os festejos, os foguetórios, as festas de arromba, a pompa e a circunstância, o povo não olhe para os défices, as derrapagens orçamentais, os despesismos galopantes...

É assim em todo o lado. Os outros, os sérios e honestos, os que se preocupam com as contas, são imbecis, têm lógica contabilística, são forretas, são invejosos...

Mas o povo vai abrindo a pestana aos folclores populistas. O povo sabe que por detrás de um populista puro e duro há uma amálgama de interesses ocultos onde viceja uma parafernália de saltimbancos da política, de predadores da economia, de patos bravos que ascenderam na vida à custa destes parolos armados em sumidades, em coronéis do despesismo, artífices da artimanha e dribladores exímios da legalidade. Quais artistas circenses, conseguem ocultar os défices com mestria, meter debaixo do tapete as coisas menos limpas para dar um ar de limpeza e de brancura imaculada ao que é opaco e baço como o nevoeiro...

Em homenagem ao povo que já não cai nesse populismo bacoco, no discurso avinhado e carregado de artificialismos emocionais, aqui deixo estas quadras simples...



O ZÉ QUE ABRE A PESTANA... E JÁ NÃO SE ENGANA!



Contra o vento e a maré
Contra a onda pessimista
Entoam vivas ao Zé
De uma forma oportunista!



Mas, cada vez mais prudente
O Zé pensa doutro jeito:
Já não arreganha o dente
Nem bate palmas a eito!



Já farto de ser queimado
No fogo não põe o dedo
Tal e qual gato escaldado
Que de água fria tem medo!...



Já farto de populismo
O povo abriu a pestana
Há tanto chico-espertismo
Pra ver se o povinho engana!

Questão de ruído!...

«Que tem a alegar em sua defesa? Porquê esse silêncio perante o ruído das picaretas falantes?!»

«Olha Rouxinol, os bombos por muito ruído que façam nunca chegam aos calcanhares de um Stradivarius!»

Os partidos nunca vão de férias!!!

Férias?! Nem pensar... o silêncio é sepulcral!

O Dr Luís Filipe Menezes, esse génio da política nacional, quebrou hoje o silêncio no JN.

Fê-lo com mestria, com eloquência, com aquele savoire-faire que indicia já estar na posse de todas as qualidades que fizeram dele uma sumidade no reino da política indígena. Ele, que disse antes de ser líder do PSD ir atacar Sócrates de manhã, ao meio dia e à noite, vem agora pegar de caras o touro governamental sob o pretexto de que a pegadora de serviço está silenciosa, talvez de férias nas Seichelles e só entrará ao serviço lá para o dealbar de Setembro.

Disse de sua justiça e o país parou para o ouvir, atenta e respeitosamente, como merecem todos
os que têm do populismo a exacta noção, da oratória os dotes mais elevados, da eloquência a receita mais bem recheada.

A dra Ferreira Leite que se cuide, vai ser mais difícil convencer o PSD (ala populista) do que o eleitorado... Era bom uma estada em Gaia a fim de poder aferir in loco todas as virtualidades de uma autêntica social-democracia comme il faut!

sexta-feira, agosto 22, 2008

Jardim, o Jornal da Madeira & Igreja Católica! Que triunvirato!


«O J.M. e a I.C. é que me suportam no pedestal!»
Na comemoração dos 500 anos da cidade do Funchal o líder madeirense botou faladura e, na oração de sapiência, enalteceu as virtualidades da Igreja Católica sobretudo no pós colonialismo (sic). Então e no colonialismo? Será que a I.C. não conta?
Segundo ele (em vésperas de criar o famoso Partido Social Federalista, talvez mais um aborto nem chegando a nado-morto...) a Madeira continua a ser colonizada pelo continente, daí não se compreender muito bem o que quer dizer com o chamado período colonialista. Será este um neocolonialismo?
Com o seu já habitual espírito tonitroante assume-se como uma espécie de «libertador», no entanto no ante-25 de Abril já era representante do alegado colonizador lá na ilha. Agora, com a autonomia e factores descentralizadores bem vincados, gosta de se autopromover e vangloriar dessa situação como se fosse conquista sua, da sua genialidade, do seu espírito guerreiro, e não, como da facto o foi, o corolário do espírito de Abril, a consequência lógica da democracia e dos movimentos populares que foram reivindicando o actual status quo, a exemplo do que vai acontecendo noutros pontos do país.
Com o espírito do «l'État c'est moi!», sempre na ponta da língua, ele julga-se o umbigo do universo, a quintessência da liberdade, o suprassumo da eloquência. O sistemático atrelamento à Igreja Católica (parasitite aguda?)não deixa de nos fazer meditar. Será que aquelas injecções de capital (atingindo milhões de euros) ao Jornal da Madeira (onde ele encetou a sua carreira política, e propriedade da diocese) foram uma contrapartida aos apoios explícitos da Igreja Católica ao seu consulado?
Perguntar não deve ofender. Procura-se resposta à interrogação.A dúvida metódica está sempre no meu espírito inquieto e insaciável de aprofundamento democrático.

Criminalidade à solta....

O país vive uma onda de criminalidade sem precedentes. Juizes soltam larápios e desmotivam polícias. Há uma sensação de permanente passa-culpas. Juizes alegam que a legislação é permissiva. Deputados invocam a defesa de direitos, liberdades e garantias.

Enfim, o PGR vai falar ao país. Imaginamos o que dirá.
A dra Amália Morgado ao constatar diversas anomalias no seu serviço deu uma entrevista ao Jn denunciando situações anómalas. Fê-lo, presumo, para corrigir abusos (tentar) e alertar saudavelmente a opinião pública.
Foi punida, não por mentir ou faltar à verdade, mas por não respeitar o «dever de reserva», por não ser solidária com colegas...
Enfim, a transparência a ser punida, a «lei da rolha» a ser o garrote, a mordaça, o raspanete. A corporação falou mais alto. A transparência foi subalternizada para o perpetuar da paz podre.

Há ministros que já usaram o estratagema da «obra de arte» para se furtarem ao concurso público numa ponte. Outros fazem-no despudoradamente e nada acontece. Se calhar quando saírem do cargo vão ocupar o lugar de administração de alguma empresa contemplada. Gratidão com gratidão se paga... A lógica da «pasta» e da «posta» como se dizia no ante-25 de Abril e agora plenamente em vigor e a respirar felicidade!!!
Se algum vereador nalguma câmara for mais incisivo procurando transparência e o respeito pela legalidade corre o risco de levar com um processo por linguagem excessiva ou injúrias. O prevaricador escusa de ter receio que nada acontece.O crime de colarinho branco prolifera. Esbulhos ao erário público são perpetrados a olho nu, sem qualquer sanção. Quem tiver a coragem de denunciar é logo apodado de «bufo» e até alvo de censura pública!

É este o retrato deste pobre país cheio de sanguessugas de todos os matizes. Há um caldo de cultura propício ao proliferar da corrupção e, paralelamente, um clima de intimidação a quem o quiser alterar. Criam-se organismos para combater a corrupção mas não são mais que paliativos destinados a saber se a corrupção é «nossa» (logo, deve ser encoberta e considerada mero vício processual) ou «alheia» (e talvez sancionada para amesquinhar opositores...).
A governamentalização da justiça existe e sente-se no reflexo de certas opções. Não é uma crítica a este governo mas a todos. O défice democrático é um facto a quase todos os níveis. A justiça está em falência progressiva e se calhar não é «fraudulenta», é a própria legalidade vigente que dá azo a isso. No fim, ninguém é culpado. Os juizes responsabilizam deputados, estes a inoperacionalidade das polícias, estas dizem que o mal é dos juízes.

Enfim, pobre país que se vai afundando no atoleiro da irresponsabilidade. Pobre país que de democracia só tem o nome...

No pódium está Portugal!

Nelson Évora, medalha de ouro no triplo salto, nos jogos olímpicos de Pequim.
No pódio está Portugal
Nelson, medalha dourada
Um carisma sem igual
Orgulho da pátria amada.
Ao pódio subimos todos
O hino nos faz vibrar
Orgulho e emoção a rodos
Évora, atleta sem par.
Eles bem sabem que o salto
É uma constante na vida
Aspiramos subir alto
Colher glória apetecida.
No mastro sobe a bandeira
O hino, alma sonora,
Inebria a Pátria inteira
Toda a Nação comemora!

quinta-feira, agosto 21, 2008

Imagine-se que o populismo...

Esta, a famosa Ciciolina, era o paradigma que os populistas sonhavam... e queriam transformar a dra Manuela F. Leite numa Ciciolina à portuguesa, uma espécie de «Jardim de saias»... À custa de um hipnotizador, lá o conseguiram...

Imagine-se que o braço de ferro entre populistas e anti-populistas se extremava no PSD. Pedia-se a cabeça de Manuela Ferreira Leite. Ou então a sua «transformação» à sua imagem e sememlhança.

Jardim e seus acólitos iam fazendo fervilhar a panelinha da contestação a ponto de entrar em ebulição. «Ela não tem garra, não tem graça, não sabe dizer umas piadas brejeiras como eu, não sabe cantar, dizer uns palavrões com chiste para amesquinhar os adversários. O Sócrates, esse animal selvagem, vai devorá-la em três tempos...»

Era este o diapasão. Até que Jardim se socorreu de Valentim e ... pensaram numa estratégia...

__Eu é que sei como se domina o povo. Lá na Guiné dava uns óculos escuros aos negros e tinha todos na mão. Aqui em Gondomar dou uns electrodomésticos e está tudo nas minhas mãos...
__Em Gondomar também há muitos negros?__Inquiriu Jardim, meio incrédulo...
__Dezenas de milhar! _exclamou o major, com uma sonora gargalhada...

Dito e feito. Combinaram entre si e pagaram as férias à doutora Ferreira Leite. Ela quis recusar mas eles tanto insistiram que ela lá foi. À custa de um hipnotizador fizeram um trabalho perfeito. Mudaram-lhe a maneira de ser, de falar, até de vestir. Fizeram dela uma «populista pura e dura»...Pronta a entrar na arena e... derrotar Sócrates, como se impunha!

Depois, convocaram um grande comício nacional. No estádio de Alvalade. A casa estava à pinha. Falava-se que a Dra Ferreira Leite até iria cantar, como fazia o Jardim na Madeira. O seu discurso estava diferente, dizia-se. Mais brejeiro, mais afoito, mais popular, mais «à Jardim»!

Apareceu com um vestido vermelho, o cabelo loiro, plumas, toda catita, sorrindo com glamour!

Fez um discuros extraordinário! O povo vibrou, saltou, foi às lágrimas!...

Dois cartazes trazidos de Gondomar rezavam assim:


«O povo vota em quem eu disser! O povo vota nesta mulher!»

Por cima a foto gigante do major, sorrindo, com um charuto na boca e fazendo o V da vitória. Parecia Saddam!

«Com ela Portugal vai mudar será o Portugal-Gondomar!»

A encerrar, o fado tão aguardado e pacientemente encenado na Madeira sob a supervisão do Dr Jardim...

Sorriu a todos , fez um gesto largo, e, acompanhada à guitarra por Ângelo Correia e à viola por Luís Filipe Menezes, ela empolgou aquela mole humana que encheu Alvalade, como um ovo.
Antes de começar, Santana Lopes, com todo o seu charme foi fazer as pazes, dando-lhe um efusivo beijo na boca. «Este é o meu doping!» disse ele, rendido à renovada diva...
Dias Ferreira, cofiando a barba grisalha, nem queria acreditar naquela metamorfose. Mas também aprovou aquela entourage, a encenação `a La Féria!



O estádio mudo e quedo, assistiu ao seu canto, de efeitos espectaculares. Então, quando falou no Sócrates, a multidão parecia num clímax!!! Era o culminar de uma ascensão meteórica!



Ao populismo rendida
Mudei o meu visual
Pareço mulher da vida
Assim me quer Portugal!


Portugal é populista
E jamais há-de mudar
Sou Manela, a benquista
Sou... a alma popular!


Aderi ao populismo
Sinto-me tão bem assim
O povo entra em histerismo
De saias... sou um Jardim...


Agora tenho atracção
Sou popular, eu não nego,
Tenho Portugal na mão
Até... o Jacinto... Rego!...


Vou bebendo um copo aqui
Trincando um bolo acolá
Uma sardinhada ali
Queijinhos... na Covilhã!


Percorri todas as feiras
Beijei crianças nas praças
Uso palavras brejeiras
Dizem que ... sou do caraças!!!


Bebo poncha na Madeira
Até apanhar... piela
Sou popular cantadeira
Faço inveja.... à Floribela!...


Os homens gostam de mim
Sonham comigo na cama
Onde vou há frenesim
O povo me adora e ama.


Vá de roda, vá de roda,
Já sinto que vou ganhar
E o Sócrates... que se foda
A gente o vai enterrar!


Vou ganhar as eleições
Já sinto o cheiro a vitória
Cantem a plenos pulmões:
«NOSSA SENHORA DA GLÓRIA!»


Ali pertinho o major gritava meio fora de si: «Quem salta é porque é da malta!

«Dai poncha à malta, sem falta!», berrava Jardim...

O estádio foi abaixo com tantas palmas! nunca se vira coisa tal!

Ela ganhou! a primeira-ministra de Portugal conquistou o país! O populismo mais uma vez subiu ao poder!

Todos gritavam no final:

O POVO ESTÁ, COM A MANUELA, PÁ!!!

Novo «doping»...

«Uso apenas um doping novo: a vontade de vencer! Os portugueses abandonaram-no no campeonato da Europa depois de terem ganho dois jogos... limitei-me a aproveitá-lo!»

A trajédia de Barajas...


Imagem do aeroporto deBarajas (Madrid) onde hoje perderam a vida dezenas de pessoas (fala-se em mais de cem...) após a queda de uma avião carregado de
passageiros (172).

A segurança de vôo por vezes é descurada num cenário de concorrência desenfreada de preços.

Por vezes há danos colaterais que em circunstâncias normais não ocorreriam. A ligeireza do acomodamento da carga, o não aprofundamento de certas avarias aparentemente benignas mas degenerando por força de condicionalismos próprios desta época do ano em que a guerra de preços atinge as raias da loucura poderão ter estado na origem da queda. O uso de aviões em estado pouco recomendável ou sobressaturado (sobrelotado) poderá estar na génese desta tragédia. Uma das turbinas explodiu e o piloto tentando uma aterragem de emergência conseguiu evitar danos maiores.
O número de mortos ainda não é seguro mas segundo fontes da capital espanhola poderá ser superior a cem.
Que esta tragédia sirva ao menos para fazer meditar muita gente. O mercado, com as suas regras selvagens, o salve-se quem puder (na questão de preços) poderá ter como efeitos nocivos o descurar da segurança . Todavia ainda é cedo para conclusões mais objectivas.
Os sentimentos de pesar de todos nós para todos aqueles que foram afectados pela tragédia.

SERÁ VERDADE?!

Não acredito. Se fosse verdade o responsável por estas afirmações falsas já se teria demitido!!!

Qualquer pessoa com vergonha na cara o teria feito!

Sinceramente custa-me a crer. Mas estranho não haver desmentidos...

A mulher de César...

quarta-feira, agosto 20, 2008

Cristo nos jogos olímpicos!

O dia 20 de Agosto de 2008 ficará gravado na História da Humanidade! Jesus Cristo esteve presente em Pequim, nos jogos olímpicos! Não, não foi para competir, pois açambarcaria todas as medalhas e Ele não é egoísta...

Ele quis, com este gesto, mostrar o quão importante é para a humanidade a realização destes jogos, símbolo de paz entre os homens. Sem olhar aos credos, às cores da pele, aos sexos, cada qual se apresenta para competir. Competir com dignidade e honra.

Estava num restaurante em Pequim e Jesus Cristo foi surpreendido por um americano. Dirigiu-se-Lhe nestes termos:

__Mestre, Vós estais nos jogos, porquê?
__Eu vim incógnito, por favor não divulgues a minha identidade...
_Estou tão infeliz, meu Jesus. Tenho uma lesão nas pernas e mal posso andar. Gostava de poder competir como um verdadeiro atleta. Fazei um milagre e curai-me!
Jesus hesitou. Já estava destreinado de fazer milagres. Mas não quis deixar os seus créditos por mãos alheias. Pediu somente:
__Eu vou curar-te visto teres fé. Mas não divulgues nada, por favor, senão terei aqui os papparazzi à minha volta o tempo todo...
Dito e feito. Fez um pequeno gesto e as lesões, os atrofiamentos, lá se foram. O cidadão americano pulou de alegria... mas deu nas vistas e... logo apareceu um inglês, um francês, um alemão, enfim, a gente sabe como estas coisas são.
Cristo a todos fez o milagre pedido. Todos agradeceram com júbilo e emoção.

Contudo, ao fundo do restaurante, impávido e sereno, um homem de bigode, moreno, de olhos perspicazes, olhava para o Mestre e não tinha coragem de pedir nenhum favor...

Cristo até estranhou. Dirigiu-se a ele, com voz carinhosa e paternalista, perguntando:

__Então só tu não queres a minha ajuda. Não tens fé?

__Não, tenho muita. É que eu sou português e... ESTOU COM BAIXA ATÉ AO FIM DO MÊS!

Entrevista com o Velho do Restelo...


O Velho do Restelo está sempre presente. Concorde-se ou não há que lhe dar a voz de quando em vez. Basta de censuras. Ele é o povo na sua expressão mais pessimista. Mas também é povo!
R.B. _ Que acha dos jogos olímpicos?
V.do R.- Uma farsa, uma hipocrisia, uma perda de tempo e de dinheiro! quanto melhor seria para o povo chinês em vez de tantas medalhas ter liberdade de expressão era muito melhor... Tanta hipocrisia, tanto exibicionismo gratuito, tanta ostentação mediática!...
R.B.__ Mas... é contra a filosofia dos jogos? A fraternidade universal?
V. do R. __São tudo tretas meu caro. Olhe a Rússia, sem respeito pelos jogos, parece que aproveitou o momento para fazer aquelas cenas tristes na Geórgia...
R.de b. __Mas cá em Portugal o desporto merece-lhe encómios?
V. do R. - Tudo uma palhaçada monumental. As autarquias gastam fortunas para alimentar o circo do futebol. Só para caçarem votos, só para mostrarem que têm amor à terra! ridículo, ridículo, ridículo! Às vezes não têm hospitais condignos, não têm escolas decentes, mas ostentam monstros de cimento armado para estarem a maior parte do tempo às moscas.. Esse dinheiro tão mal gasto dava para alimentar carenciados, proteger jovens e doentes, dar medicamentos gratuitos às pessoas mais necessitadas, enfim outra qualidade de vida. Mas só vemos é desportistas de bancada, a pagarem e a suportarem tais excessos... e os barões a orientarem-se...
R. B. -Não será pessimismo a mais?
V. do R.- Isto é o que pensa o povo, de facto, mas não o deixam ir para os jornais pois estão controlados pelos donos deste circo mediático chamado política. Uma cambada de corruptos, de mercenários, são eles a causa maior da decadência nacional. Estão metidos em tráficos de droga, em fugas de capitais, em evasões fiscais, em tudo o que afunda Portugal!
R.B. - Mas não será uma visão radical?!
V. do R. - Radical qual carapuça, eu se mandasse punha tudo na ordem. Veja quem são os ligados ao desporto e as suas trafulhices constantes. Razão tem a Maria José Morgado. Por mim ela ia a Presidente da República e punha isto direito! É uma mulher que os tem no sítio! É a nossa Golda Mehir!
R. de B. _ Mas...quem é essa?!
V. do R. __ É uma Velha do Restelo que pôs os judeus na liderança mundial. Também os tinha no sítio...
Alguns dirão que é invejoso, ressabiado, antiquado, pouco patriota. Outros, os que sentem na pele certas injustiças sociais, descobrirão certas sintonias, muitas afinidades. Será que nalgumas coisas não terá razão?!

terça-feira, agosto 19, 2008

Questão de infalibilidades...


Meu caro Bento XVI:

Não acredito no dogma da infalibilidade papal. Mesmo sabendo os seus condicionalismos, as suas restrições, não posso aceitar que um homem, por mais inteligente e clarividente que seja, possa ser considerado infalível. Porquê?

Basta olhar para o passado e analisar friamente os atestados de nonsense dados por alguns dos seus antecessores nos domínios da fé e da doutrina. Alguns emitiram decretos aberrantes, ditatoriais, tomaram partido por ditadores sem escrúpulos, ameaçaram com o inferno a quem não seguisse essas directrizes eivadas de preconceitos idiotas.

Gregorio XVI chegou ao ponto de proibir a construção de caminhos de ferro, sob o pretexto de serem um malefício para a religião! Enfim, ultrapassaram-se os limites de forma doentia, aberrante mesmo.

No entanto acredito na influência do papa no tocante aos comportamentos, alguns comportamentos, entenda-se.
Quanto ao cardápio dos pecados (catecismo) acho que ele deve estar sempre actualizado sob pena de acontecer como os códigos penais: as omissões são um convite ao crime! Logo as omissões nos catecismos são um incentivo ao pecar!

Se não for pecado a pedofilia então ela prolifera! Se não for pecado o tráfico de droga então há quem se julgue no direito de o exercer!

Vem este introito a propósito de certos modos de vida ou certas práticas políticas que deveriam ser considerados pecados : delapidação de recursos públicos, o tráfico de influências, o nepotismo, o eleitoralismo, o sectarismo, o assédio sexual, a chantagem política, a perseguição de adversários, a mentira ao eleitorado, o esbanjamento de recursos naturais, o clientelismo. A ocultação de dados da administração pública, o cambalacho com amizades promíscuas, a não protecção da Natureza...

Era bom que os doutores da Igreja se debruçassem sobre o tema pois as omissões são uma porta aberta ao vício, ao pecado, à alienação. Os cristãos agradecem esta vigilância e este zelo apostólico, pois caso contrário, não havendo a explicitação no catecismo, a própria Igreja Católica pode pactuar ( e da facto eu sei que pactua e tira proveito até...) com este esquema diabólico gerador de tremendas injustiças sociais e a causa mor de desigualdades sociais.

Que assim seja.

«Ele gosta de dar peidos com o cu dos outros!»

A expressão tão pitoresca foi-me dita por um conterrâneo seu. De pele tisnada pela sol, de rugas vincadas ostentando já muita experiência da vida e quiçá alguma frustração. No bar, com um cigarro ao canto da boca , lá foi desfiando o rosário contra o «reizinho» como fazia questão de lhe chamar...

Passada mais de uma década eu recordo a expressão daquele homem e a frase que jamais esqueci. Procuro nos escaninhos da memória as peças para compor o puzzle e elas encaixam perfeitamente bem; aquele dito tão característico da sabedoria popular foi paradigmático. Ele sintetiza toda uma filosofia, todo um modus vivendi...

O homem do leme era um perito na arte de roubar o erário público (ele usava o termo «trasfegar»...) e colocar nas algibeiras privadas. Sobretudo em dois jornais, ele injectava milhões a pretexto de fazerem publicidade à terra. Contudo essa publicidade não era mais do que propaganda ao dador, ao magnânimo «trasfegador» de bens públicos para bolsos privados. Pipas de massa eram assim trasfegadas perante o olhar incrédulo dos pobres contribuintes, cada vez mais sobrecarregados.

Jornais e empresas de construção e obras públicas eram os destinatários dessas autênticas delapidações do erário público. Os beneficiários colocavam o seu benemérito no pedestal mais alto: ele era um santo, um taumaturgo, um milagreiro...

É óbvio que essa magnanimidade era feita à custa de toda a gente, dos impostos. Ele aparecia como Midas, mas os seus méritos eram os de um pilha-galinhas engravatado e bem falante. Gostava de cantarolar em público. Era uma figura grotesca, pantomineira, cheia de banhas inestéticas e usava uma linguagem pirosa, truculenta, sem qualquer resquício de elevação moral. Mas os padres achavam piada e desculpavam esses excessos por causa da generosidade do «magnânimo». A fazer lembrar o fechar de olhos da Igreja Católica ao rei-Magnânimo (D. João V) que sob o pretexto de ser muito generoso para com a dita cuja, se servia dos mosteiros como prostíbulos, usando freiras para saciar a sua incontinência sexual! Consta que a madre Paula teve um filho seu que viria até a ser inquisidor mor do reino. Ou seja: a magnanimidade a servir de capa ao deboche, à violação de freiras; este magnânimo não era tão excerável como o tal rei que se serviu das riquezas da escravatura e da exploração de recursos do Brasil para uma ostentação faustosa. Mas aproximava-se. Era um excêntrico, à sua maneira...

Não obstante a forma descarada como tudo era feito, as autoridades metiam o rabinho estre as pernas pois a legislação era propícia ao regabofe. «Ele gosta de dar peidos com o cu dos outros», no dizer do seu conterrâneo, mas não é só ele, infelizmente...

Enfim, uma casta de novos-ricos, incultos e devassos foi emergindo ladina perante a pasmaceira geral. Era um jardim das delícias para os corruptos, os traficantes de influências, enfim, um oásis...
Até que a classe média, até aí muito pouco interventiva, se começou a interrogar: será que nós poderemos viver melhor se aqueles plutocratas começarem a pagar os seus impostos, será que a riqueza que existe e está tão mal distribuída, poderá dar-nos maior satisfação? Como fazer para alterar este status-quo?


Havia riqueza, de facto, mas tão mal distribuída que todos eram empregados ou dependentes de meia dúzia de novos ricos apóstolos fanáticos do tal que «dava peidos com o cu dos outros»...

Começaram a tomar consciência do verdadeiro problema, uniram-se, criaram um sentimento de solidariedade que revolucionou o viver colectivo. Foi afastado o «que dava peidos com o cu dos outros» e a vida começou a ser mais digna de ser vivida para a grande maioria, para a classe média.

Finalmente um «partido a sério»!!!

«A minha cabritinha vai votar nele, aposto! Um partido a sério, é mesmo de rir! vindo de quem vem, só me apetece gargalhar!»





Finalmente um «partido a sério»! O país olha com emoção e esperança esse partido que possa emergir lá de Porto Santo e trazer a todos os «cubanos do contenente» a salvação que se aguarda há anos. É tempo de derrubar esse monstro chamado «sistema» que tudo e todos devora com o seu centralismo egocêntrico e macrocéfalo. O país anseia por libertação! É preciso dar a voz ao homem-providência que sempre Deus apoia e põe a mão por baixo...

Ele invoca a Igreja Católica como sempre fez ao longo de décadas de despótico nepotismo e de estuante ostentação religiosa. Ele sabe que ela é uma muleta atenta, veneradora e grata. E tem HUMILDADE perante o poder. Ele sabe que é um passaporte para o sucesso eleitoral. Essa divina muleta que já apoiou Salazar, Franco e Pinochet continua a facturar eleitoralmente!...

O país aguarda com ansiedade o nascituro ainda in ovo. Será um tiranossáurio capaz de aterrorizar tudo e todos, ou, a contrario sensu, um palermossáurio ridículo fazendo ameaças e chantagens a tudo e todos perante o gáudio do populacho?

O histrionismo atinge o auge. A verborreia e a senilidade ganham foros de cidadania. É que ele tem da galhofa a exacta medida, do nonsense o correcto discurso, da anedota a medida exacta.
Ele é isso tudo: a anedota, a galhofa, o nonsense!

Ele fala e o mundo acreditra e ri! Não, não é o slogan oficial da «VOZ DOS RIDÍCULOS», esse programa radiofónico que há dezenas de anos contribui para a boa disposição de Portugal inteiro. Não, é simplesmente a voz oficial do PSF! O partido do futuro! O partido de todos os portugueses!

E quem não acreditar, então «que se federe»!!!

O País inteiro acredita e... ri, ri, ri!!!

Jardim e o efeito-PRD!


«E quanto ao novo partido, nem lhe digo, com a bênção da Igreja Católica terá pernas para andar... será o maior partido nacional! Os cabotinos de Lisboa já tremem de medo!»
«Já ouviu falar no efeito-parasita, meu caro?»
«Não, nunca ouvi...»
« Resume-se mais ou menos nisto:Há partidos que estão para a Igreja Católica como os carrapatos estão para os cães...»
Ninguém acredita nas veras intenções da velha-raposa da Vigia. Ele usa sempre o estereotipado slogan chamado «vem aí o lobo!»
O que ele quer dizer na sua é o seguinte: "Ou vocês (PSD - Ferreira Leite e seus compagnons de route...) se portam bem e começam a seguir os meus ditames, ou então eu farei um novo partido que terá o mesmo efeito que teve o PRD no PS: fracturante!"
Com receio dessa hipótese o PSD já está a tremer de medo... a Dra Ferreira Leite tem mais que fazer que dar ouvidos a quem há muito perdeu a oportunidade de estar calado...
A silly season tem destas coisas! Deus lhes perdoe que não sabem o que fazem!

segunda-feira, agosto 18, 2008

Sectarismo & Humildade...

Há quem seja sectário e só conceba esta maneira de estar na vida. Essas pessoas são como os árabes: fanáticas, intolerantes, fundamentalistas, incapazes de um pluralismo salutar...
Há-os não só na religião, mas também no desporto (o futebol é pródigo nestes espécimes...) e na política, sobretudo.

Se alguém criticar o líder do seu partido ou clube, por maior que seja a oportunidade da crítica, não a aceitam e reagem de forma insultuosa e doentia. Vingativamente, amiúde...
O espírito gregário é bom e natural; contudo, quando exacerbado, leva ao fanatismo, ao comportamento patológico.
Conheço padres que ultrapassam os limites do decoro. Como adeptos do futebol são cegos e até capazes de uma terminologia achincalhante e grosseira, injuriando árbitros e adversários por dá-cá-aquela-palha. Alguns, politicamente foram dos mais fiéis serventuários do antigo regime, banqueteando-se opiparamente ao lado dos membros da U.N., diziam o piorio dos oponentes do regime. Depois, passaram a ser do C.D.S. Mas quando este partido perdeu notoriedade e foi ultrapassado pelo P.S.D. passaram de armas e bagagens para outra trincheira. Outros, nos concelhos onde impera o P.S. tecem hossanas e louvores infinitos ao partido. Onde impera o P.C.P. julgo que o caso não é tão evidente, há maior compostura...
Ouvi há tempos um a justificar-se assim para essa metamorfose: «Temos que ser HUMILDES, eles é que têm o dinheiro. Se dissermos mal, deixaremos de ter apoio. A HUMILDADE é uma forma de continuarmos a ter esse apoio...»

HUMILDADE OU SERVILISMO?

A isenção é apanágio das mentes íntegras, bem formadas. Mas não é fácil ser-se íntegro. No jornalismo, no ensino, na política. Criticar o poder acarreta custos. Por vezes marginalizações e ostracismos. Pior quando os detentores do poder são intolerantes, não sabem conviver com a crítica, são vingativos. Tenho muito respeito por quem faz oposição, seja onde for. Mas há os que se excedem também. Saber onde há excesso nem sempre é fácil de discernir. Os donos do poder estão quase sempre a invocar esse excesso, quando de facto nem sempre o é. Trata-se apenas de fiscalizar o exercício do poder.

Nunca mais esqueci um episódio que aconteceu comigo no pós-25 de Abril. Numa aula de marxismo eu contestei a teoria científica supostamente ali explanada, acusando Marx de uma visão mecanicista da História. Acusei e explicitei os pontos onde achava que era digno de crítica. Então, o professor, furibundo, saíu-se com esta: «Você tem falta de humildade científica!»
Era uma forma desesperada de silenciar, de reprimir a crítica. Refutei a sua acusação e insinuei que o seu comportamento seria pouco isento, talvez fanático, «marxólatra»!
Fui sempre um alvo a abater por esse professor. Passei as passas do Algarve.

Ainda hoje os que a pretexto de HUMILDADE usam o lambebotismo descarado como trampolim para as suas ascensões interesseiras me fazem dó...

Por isso não tenho partido. Não tenho ambições políticas. Não sigo nenhuma directriz sectária. Não alimento certa triste democracia que mais parece uma partidocracia...

Mas por vezes tomo partido. Pelos humilhados e ofendidos, quase sempre...

O Fado de Amália Morgado

A juíza Amália Morgado foi condenada a «doze dias de multa» por não cumprir o dever de «reserva», falta de «respeito para com colegas», não criar «confiança na justiça».

Será punindo o delito de opinião que se cria confiança na justiça?
A reserva é sinónimo de pactuar com o arbítrio, a falta de respeito será dizer verdades? Se o comportamento de alguns colegas merece censura por que não fazer essa censura?
A «lei da rolha» é credibilizante para a justiça? A transparência é um atentado à corporação?

O CSM ao punir quem teve a coragem de dizer o que sentia, no pressuposto de ao fazê-lo tentar melhorar a dita justiça e não ofendê-la, terá contribuído para a credibilização da justiça?

Espero que perguntar não ofenda...

domingo, agosto 17, 2008

A História repete-se. Há «modus operandi» semelhantes...


Pinochet
Oliveira Salazar



Hitler e Franco
Estes foram expoentes no seu tempo. A História condenou-os mas enquanto no pedestal foram «heróis». Não haverá entre nós, igual «modus operandi», a justificar igual «heroicidade»?!
Há quem pense que sim! Eu não duvido, embora em escala menor, os clones são evidentes.
Este poder corrupto e vil não tem pudor
Serve-se dos jornais e das TV's venais
Pra branquear imagem, se preciso for
Criar aura de «santo»... a mostrengos tais!
E quanto mais corruptos eles são de facto
Tanto mais clerical protecção vão gozando
A Igreja aliciando, sem qualquer recato,
Guarda pretoriana, muito mal andando...
Pinochet, Salazar, Franco, tão bem usaram
Este arsenal complexo; resultou, durou
Muitos e longos anos. Por «heróis» passaram
Estes vis ditadores que ninguém amou.
Mas... a História repete-se, eu creio assim,
Vamos vendo caciques no poder, há anos,
Controlando os jornais, padres, TV's, enfim,
Mafiosos fascistas ou ladrões decanos...

sexta-feira, agosto 15, 2008

Ecos do Pontal: Populismo versus clarividência...


Eu é que sou a autêntica social-democracia que os portugueses adoram, respeitam e amam!


Eu sou a voz da inteligência! O silêncio, por vezes, é de ouro!

Eu sou o porta-estandarte deste povão que pula e dança! Eu sou a voz do populismo! Isto é que dá votos!


O Senhor Populismo!








O «silêncio» a presidir


aos destinos do partido


não podemos consentir


nem deixar caír no olvido


esta alma popular


que luta nesta trincheira


e que se pode ufanar


de ser porta-bandeira


desta gente inquebrantável


que quer mudar Portugal


eu serei o condestável


neste palco do Pontal


dou um prazo à liderança


deste partido laranja:


ou começa a entrar na dança


ou outro líder se arranja!














Resposta da Senhora Inteligência:





Dizem que o silêncio é de ouro

diz o povo e com razão

o folclore é mau agouro

se não tiver o condão

de ir à essência dos problemas

dar pistas alternativas

não basta ruído apenas

é preciso iniciativas

dizer onde é que está mal

apontar as soluções

não é aí no Pontal

conclave de foliões

com discursos populistas

foguetório palavroso

palavras mais realistas

estudo mais rigoroso

o povo aprecia mais

lucidez e inteligência

basta de jogos florais

eu sou p'la CLARIVIDENCIA!



A VERDADE, NUA E CRUA, DIZ TAMBÉM DE SUA JUSTIÇA:


Eu é que sou a verdadeira social-democracia: transparente, sem excessos populistas, sem banhas oratórias, sem rabos de palha, sem celulites demagógicas nem rugas de hipocrisia!...

Direi mais: eu sou o caminho do bem, a verdade da pureza social-democrata, a vida sem roupagens folclóricas !



Nunca tive oportunidade de ir a sufrágio! Os portugueses ainda não viram a verdade, só a mentira tem ido a votos!







O mar enrola na areia... nova versão!


O mar, a areia, a espuma, o sol __ tudo são ingredientes que desde tempos imemoriais inspiraram poetas e artistas. O sortilégio do mar é intemporal!

O cúmulo da ingenuidade!

Ela era tão ingénua, tão ingénua, que quando ouvia apalavra FORNICAR
pensava que era um Stand de automóveis!!! Mas, afinal não era!...

quinta-feira, agosto 14, 2008

No Pódio!

Há nesta aldeia global
Tantos que em bicos de pés
Só procuram pedestal
Sempre ao sabor das marés.

Foi gigante na postura

Sempre altiva e vertical

Ao desporto e à cultura

Deu estatura moral.

Manuel Puga, professor,

Ao desporto deu craveira

Exemplo de pundonor

Ao longo da vida inteira.

Fui aluno, fui amigo,

P'las mesmas causas lutei

Sua memória bendigo

E sempre me orgulharei.