sábado, novembro 15, 2008

A Igreja Católica sempre atrasada no tempo...


Não sei o que se passa com a Igreja Católica mas afigura-se-me completamente ultrapassada e anquilosada a ponto de se poder dizer que vai sempre na cauda do pelotão...
Há tempos, na Argentina, um padre foi condenado a prisão perpétua por ter sido responsável pela morte e tortura de várias pessoas. Que fez ele? Serviu-se da confissão para colher dados e transmiti-los a torcionários da polícia que levaram avante o seu projecto assassino. Confessou tudo em tribunal. Foi um escândalo na Argentina e no mundo inteiro.
Em Boston um dos responsáveis pelos crimes de pedofilia, confessou que era no confessionário que começava o trabalho de aliciamento das vítimas. Em África, alguns padres foram acusados de violar freiras e confessaram elas que era no confessionário que começava o assédio.
Sabe-se que no tempo de Cristo não havia confissão nos moldes em que hoje existe (o vergar e ajoelhar perante um homem que pode ser mais pecador do que quem se procura libertar do pecado...). Esta prática remonta ao tempo da inquisição e destinava-se a controlar todo o universo familiar com fins altamente policiais e terroristas.
A Inquisição deu no que deu, os papas fartam-se de pedir perdão pelos abusos e excessos cometidos, no entanto, este resquício totalitário ainda persiste causando danos quotidianamente.
Pessoalmente devo dizer que me deixei dessa prática aberrante desde que vi um padre acusar uma pessoa de estar a «ouvir a confissão»!!!! Esse mesmo padre recusou a comunhão a uma senhora idosa, ofendendo-a publicamente e fazendo acusações que, estou seguro, se fosse levado a tribunal para provar aquilo que disse, não teria meios probatórios. A comunhão não passa de mero efeito placebo destinado a ser mais um sinal exterior de exibicionismo, devendo ser completamente reconvertido num acto mais virado para o simbolismo.
Era tempo de os padres se deixarem de usar a comunhão como arma de arremesso, para fins políticos (na grande maioria dos casos) ou de ostentação de poder pessoal (caciquismo teocrático). Era altura para que o papa, fazendo um Concílio, adequassse a igreja aos novos parâmetros do pensamento moderno, que a deixasse penetrar pela luz da ciência e da cultura a fim de que as teias de aranha reinantes fossem completamente retiradas da sua praxis.
Questões como o celibato dos padres, o uso do preservativo e outros assuntos de candente actualidade fossem discutivos. A OMS tem vergastado a IC de forma constante e justa, pois com o seu comportamento retrógrado e completamente alienante, tem contribuído para a propagação da sida e para um desbragamento demográfico em certos países, o que é causa de guerras e de disputas sem fim. Era tempo de uma viragem na IC.
Era tempo de mudanças de mentalidades pois essa é que é a grande revolução necessária para se ultrapassarem fundamentalismos doentios, farisaísmos patológicos conducentes à perversão e ao arbítrio.

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