segunda-feira, fevereiro 25, 2013

A solução final, para Portugal

Deu-la-deu Martins a heroina que inspirou esta carta

Ver AQUI:http://pt.wikipedia.org/wiki/Deu-la-deuhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Deu-la-deu

Senhor Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho:

Excelência,

A nossa História está prenhe de ensinamentos e de lendas que, se bem aproveitadas, poderão ajudar a ultrapassar os escolhos que por ora vamos atravessando.
Conhece a maravilhosa e fabulosa história de Deu-la-deu Martins, aquela heroina de Monção que, estando a nossa fortaleza cercada por castelhanos, aguardando a nossa rendição por falta de provisões, teve a feliz ideia de lançar pães e  ofertá-los aos sitiantes,  declarando que eram de origem divina? Os castelhanos, já cansados, abandonaram a presa,  exaustos, convictos da impossibilidade de nos dominarem dada a origem divina das provisões...

Enfim, mutatis mutandis, pode-se dizer que  hoje em dia estamos também cercados, sitiados, por mercados financeiros ameaçadores, ansiosos por nos devorarem e nos lançarem na completa miséria. Eles vão tecendo ameaças cada vez mais tenebrosas, cada vez mais medonhas. Por que não usar a mesma estratégia da famosa Deu-la-deu?!

Pense bem. Basta usar o nosso ministro das finanças, esse mesmo, com aquele ar hierático, incapaz de fazer mal a uma mosca, mais puro e imaculado que uma vestal do templo romano, mais sério que o  aio de D. Afonso Henriques, o nosso querido Egas Moniz, mais santo que o santo condestável, enfim, o suprassumo da credibilidade; basta convencê-lo a propagar aos sete ventos que Portugal não precisa de juros mais baixos, Portugal não quer aproximar-se da Grécia em miserabilismo, Portugal está  no início de uma fantástica recuperação que empolgará o mundo inteiro e deixará os mercados estupefactos!

  Então sim, o cerco será levantado  sem demora e viveremos uma época de prosperidade sustentada!

E basta acrescentar um pouco mais: diga que os canadianos estão prestes a encontrar um filão de ouro inesgotável, as nossas reservas de gás natural- e quiçã, petróleo bruto-  em Aljubarrota e Fátima,  darão para sustentar as nossas carências neste século, o nosso uránio, o nosso volfrámio, o nosso tungsténio, estarão prestes a vir à luz do dia, basta um pouco mais de perseverança e determinação!

E fale-lhes no nosso sol, nas nossas praias, nas nossas musas, nos nossos craques do futebol, com suas cláusukas de rescisão milionárias, nos nossos vinhos... enfim, os mercados ficarão embriagados com tanta abundância que levantarão o cerco desiludidos e pasmados!!!

 E, finalmente, para os encabrunhar de vez, diga que temos algo que se vende pelo mundo inteiro e possuimos  montes e montes delas, um filão  inesgotável: AS NOSSAS DÍVIDAS!!!

4 comentários:

poetaeusou . . . disse...

*
amigo,
,
a Terra,
O deu-la-deu,
o Passos,
o há-tirado !
,
um piscatório abraço,
fica,
*

José Leite disse...

«Piscatório abraço»?, gostei do neologismo...

José Leite disse...

«Piscatório abraço»?, gostei do neologismo...

José Leite disse...

«Piscatório abraço»?, gostei do neologismo...