Lembra-se do Otelo querendo cavalgar o cavalo do poder? Não, nunca o conseguiu... talvez não fosse bom tê-lo feito...
Agora, olhando para si, na Aula Magna, com sala cheia, clamando alto e bom som a falta de ligitimidade deste governo, interrogo-me se não será apenas um «novo Otelo», já na quarta idade, mas cheio de fôlego e com o chicote do verbo em riste, cavalgando o cavalo do descontentamento popular?!
Sim, cavalgando a onda do descontentamento com mestria, sem olhar a meios, só com o poder no horizonte, mas não querendo o poder para si, mas para quem está no pedestal neste momento e não pode, por questões éticas e morais, fazer o que o senhor está a fazer...
Sim, trabalha para o Delfim, sem que o Delfim se atreva a acompanhá-lo...
Este país de Delfins, usa-o como bandeira, como emblema, como cartaz...
Quanto a legitimidade, lembra-se o que sentiu quando Eanes, invocando também a legitimidade que dizia já não ter, o apeou do poder?
Bem, este governo é fraco, tem dado muitos tiros no pé, não serve , no meu modesto entender, os desígnios do país na difícil hora que passa, mas um novo processo eleitoral, precisamente AGORA, será a panaceia redentora?!
Se o PS ganhar eleições sem ter a maioria absoluta vai ter de se coligar com quem?
O PCP e o BE exigem uma rotura total com a troika e ainda não explicaram alternativas. O CDS é igual a si próprio e ficará no governo a capitalizar o descontentamento das medidas austeras que serão tomadas, não tenhamos ilusões...
Pense bem ,pense bem...
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