terça-feira, agosto 20, 2013

O Senhor dos ignorantes...




Às vezes, sinto que Eça continua sorrindo para este mundo e perguntando aos seus botões onde está a justiça, onde para a honradez, porque é que os valores da ética, do escrúpulo são sempre esmagados
pelo mais forte,   pelo mais corrupto, mais venal.

Será que os corruptos têm um protetor? Será que existe também um Senhor dos Meliantes para os proteger e colocar em lugar  de destaque?

E, por que é que o Senhor dos Ignorantes não acorre em seu apoio, não os faz ter um lampejo de lucidez para se libertarem da opressão?
Bem e Mal, sempre presentes no nosso imaginário coletivo, na nossa poesia também:


Ó Senhor dos Meliantes
Tende piedade de nós;
Não vedes que são tratantes
Vestem pele de governantes
Mas se governam... a sós!

Olhai p'ró povo, coitado,
Pão e água, pele e osso
Por farsantes governado
Oprimido e explorado
É debalde, tanto esforço...

Ó Senhor dos Meliantes
Porque os protegeis, Senhor?
É só ladrões importantes
Explorando os ignorantes
Ignorando... a sua dor...

Ó Senhor dos Ignorantes,
Dai-lhes mais clarividência,
Lucidez, por instantes;
Vede bem esses tratantes
Não merecem indulgência!


Nota final: agora, com um pouco mais de esforço, imagine-se o Dr Aurelino Costa, aquele diseur tão especial que encanta e nos fascina com as suas palavras profundas, entronizadas pelo maestro António Vitorino de Almeida, com a sua mestria ao piano, no Diana Bar, na Póvoa de Varzim.

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